Um dia após o outro

Por Profa. Dra. Stânia Nágila Vasconcelos Carneiro

A cada manhã, é como se a vida nos entregasse um embrulho fechado. A gente não sabe o que tem dentro. Pode ser um presente incrível ou algo que vai nos desafiar até a última gota de paciência. E não adianta, a gente sempre tenta imaginar: “Será que hoje vai dar tudo certo?” Só que o “dar certo” nem sempre é o que a gente espera. Às vezes, o “dar certo” é aprender algo novo no meio do caos, é encontrar força onde a gente descobriu que não tinha, ou simplesmente chegar ao final do dia, inteira. Afinal, nem sempre o certo vem embalado como a gente planejou, mas quase sempre ele traz, exatamente, o que precisávamos, mesmo que a gente só perceba isso no dia seguinte.

Tem dias que são mais leves, como um vento fresco no rosto. Outros pesam feitos pedra no bolso. Mas, de uma forma ou de outra, a gente vai colocando um pé na frente do outro. A verdade é que viver é uma mistura de coragem e fé. Fé de que, mesmo sem ter o controle de tudo, alguma coisa maior está guiando tudinho da melhor forma.

Nem sempre é fácil. Às vezes, o coração fica apertado, como se não coubesse mais esperança dentro dele. Mas aí vem um gesto inesperado, uma palavra amiga, ou até um simples pôr do sol que te lembra que as coisas passam. E passam mesmo. O bom, o ruim, tudo tem seu tempo.

Eu aprendi que não dá para prever as aventuras e desventuras do caminho, mas dá para se preparar para enfrentá-las. Ser forte não é nunca cair; é levantar-se sempre, mesmo com o joelho magoado. É acreditar que, depois da tempestade, sempre tem um céu limpinho para ser apreciado.

Hoje, eu não sei o que o dia me reserva. Pode ser que eu ria até chorar ou chore até sorrir. Talvez os dois. O importante é lembrar que, mesmo sem o controle, eu tenho escolhas: respirar fundo, dar o meu melhor e seguir. “Adiante sempre!” é o meu lema.

No fim das contas, viver é isso: um dia após o outro, sempre confiando que, por mais difícil que pareça, a gente vai dar conta. Porque, no fundo, sempre encontramos uma maneira de seguir, de nos reinventarmos e de fazermos as pazes com a vida. Cada dia é um capítulo novo e, enquanto quisermos virar as páginas, podemos ter certeza de que estamos escrevendo nossa história, estamos vivendo.