Staniando voltou
Há momentos na vida em que o tempo parece se diluir, como se as horas escorressem entre os dedos. E foi assim que me encontrei, imersa em um turbilhão de eventos que me afastaram da calmaria do “staniando”, da serenidade da escrita que tanto aprecio.
A ausência deste período (quase dois anos) da escrita dos meus textos não foi por escolha, mas sim uma consequência inevitável das demandas da vida cotidiana. Compromissos profissionais se acumularam, prazos apertados piscaram no horizonte como faróis em uma noite tempestuosa, exigindo minha atenção imediata.
E assim, me vi mergulhada em um mar de responsabilidades, lutando para manter a cabeça acima da superfície, para não ser arrastada pela correnteza das obrigações. Cada minuto parecia precioso, cada segundo contado como se fosse o último de uma corrida contra o tempo.
Em meio à inquietação da vida moderna, o “staniando” se tornou um luxo que não podia mais me permitir. Os momentos de contemplação foram substituídos pelas ilusões criativas sufocadas pelo peso das expectativas e das exigências externas.
Mas, mesmo no meio da tempestade, há sempre uma calmaria escondida nas entrelinhas. E foi durante esses raros momentos de tranquilidade, que encontrei refúgio na lembrança do “staniando”, na memória dos dias em que me perdia nas palavras, nas histórias que fluíam livremente da ponta de meu lápis.
E agora, enquanto retorno à escrita dos meus textos, trago comigo a lembrança do “staniando”, como uma âncora que me mantém firme em meio às turbulências da vida. Pois, mesmo quando o tempo parece fugir entre os dedos, o “staniando” permanece como um farol que ilumina o caminho, guiando-me de volta ao lugar onde pertenço: entre as linhas e as entrelinhas da minha própria narrativa. Pois, voltar a escrevê-lo é como reencontrar um velho amigo de uma longa jornada, é uma sensação de familiaridade reconfortante, um retorno ao lar das palavras onde minha alma encontra sua verdadeira expressão. Afinal de contas, é na escrita do “Staniando” que encontro minha verdadeira voz, meu refúgio seguro neste vasto oceano de possibilidades que é a vida.
Por Profa. Dra. Stânia Nágila Vasconcelos Carneiro
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