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Staniando: Cadê o espírito natalino?
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Staniando: Cadê o espírito natalino?

Dezembro. Fim de ano chegou e, com ele, o Natal, as luzes nas praças, nas ruas e nos portais das casas. Encontrava-me preocupada, cheguei até a comentar com alguém que eu estava sentindo falta do espírito natalino em mim. Mas também tanta coisa havia acontecido: pandemia, cirurgia e outras tantas mudanças não esperadas! Muitas coisas que me impediram de programar, organizar o meu Natal, de minha família.

Amo o Natal e tudo o que ele representa: família, encontros, abraços, generosidade, músicas e árvores natalinas com piscas, cores, presentes, renascimento e todos os bons sentimentos que lhe remetem. Eu pressentia que este Natal seria muito diferente, logo, para mim, que amo esta época, que a guardo e a aguardo, de verdade, durante todo o ano! Então, por onde andava a magia, o espírito natalino? O que estava faltando para vivenciá-lo?

Bem, eu sabia, e sei, que ele existe, pois, todos os anos o experimento. Você, com certeza, sabe do que estou falando: daquele frio na barriga, daquela alegria incontrolável, de algo diferente no ar, de uma vontade de partilhar, de magia, de esperança, de expectativa. Eu tinha que fazer alguma coisa, e lhes confesso que me determinei a encontrar o espírito natalino, aquele que todos os anos vem me visitar, habitar em meu coração e mente. Então, acreditem, passei a assistir, nestes canais fechados, a todos os filmes de Natal, aqueles nos quais só acontecem coisas boas, mágicas, aqueles, sim, com papai Noel, muitas músicas, com neve, bons gestos, muitas cores, trama semelhante e finais felizes. Assisti a uns nove. Pensei tê-lo encontrado, mas meu coração continuava estático diante de tudo. Passei a ler um livro, dois, do mesmo gênero. Nada aconteceu. Resolvi antecipar as doações de roupas, cestas, mensagens e brinquedos. Nadinha de nada. Onde ele havia se escondido? O que estava acontecendo? O que eu havia feito? Em casa, eu continuava meio que “jururu”. Os pensamentos sempre me levavam aos natais anteriores que haviam saído do jeitinho que eu havia programado.

Foi aí que, em um final de tarde de um dia qualquer deste mês, enquanto me deslocava de carro de um lugar a outro, passei a admirar o brilho dos muitos piscas coloridos e árvores natalinas já enfeitando as salas das inúmeras casas, algumas delas grandes, outras pequenas, algumas casas, sem espaço para uma árvore na sala, enfeitavam as pequenas plantinhas em suas calçadas. Assim como os ambientes, observei as pessoas, pareciam, apesar de apressadas, mais iluminadas com sorrisos, olhar mais brilhante, pareciam estar à espera de algo novo. Deduzi que estavam com novas perspectivas, animadas, pareciam estar renascendo. A esperança era quase palpável. Olhando-as no vai-e-vem das ruas, nos seus afazeres, vi sobreviventes de um passado (ou presente) que fizeram a opção de “olhar para o futuro”, soltando-se das amarras do passado. Eram vencedores do cotidiano. O que os enfraquecia, percebi que, agora os revigorava. Imaginei-os, outrora, adormecidos como as luzes e enfeites natalinos guardados cuidadosamente durante o ano; ali, encontravam-se acordados, pelos corações fortalecidos de esperança e fé.

Não estaria com eles o que eu procurava? Não seria esse o espírito natalino, esse sentimento de superação, de esperança… que, às vezes, fica adormecido em você, em mim, em nós? Se eu pude detectar esse espírito mágico nas pessoas, o que me impedia, no momento, de senti-lo?

Foi aí que uma outra etapa para minhas reflexões stanianas teve início: o problema estava, com certeza, em mim. Como eu podia sentir tal espírito se meu coração se encontrava cheio de amarguras, apegos, rejeição, insatisfação e tristeza? Eu precisava esvaziá-lo.

Querem saber o final desta história? Eu também. Um Natal abençoado de boas novas para todos nós.

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