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Staniando: Aprume-se
Staniando

Staniando: Aprume-se

Por Prof.ª Dra. Stânia Nágila Vasconcelos Carneiro

Adoro viajar, quem me conhece sabe. Todos os anos tiro alguns lugares para conhecer. Este ano, dentre outros lugares, fui à cidade de Pisa, na região de Toscana, Itália. Tinha curiosidade e resolvi estudar sobre este campanário construído em 1370, lin­damente reto. Hoje, é inclinado. Em 1990, seu eixo esta­va deslocado em quase cinco metros e havia o perigo de desabamento. A torre passou 12 anos de intenso trabalho de estabilização e parou de inclinar, sendo declarado se­guro pelos próximos 300 anos. Não é demais?! O prédio inclinado foi aprumado, com sua inclinação estagnada.

Chegando à cidade, meus olhos procuravam a Torre: seria mesmo tão inclinada? Algo a sustentava? Fiquei surpresa ao vê-la saída de meus livros de História Geral: estava ali, branquinha e inclinada, bem inclinada e, mais importante, segura de si e segura para todos que se cur­vam a sua inclinação. Ali, parada, olhando para ela, fiquei pensando (staniando) em minha vida: está aprumada? Inclinada? Inclinando-se? Quando me olham, veem um perigo, transmito confiança, sou porto seguro? Aqueles que me rodeiam, como me percebem?

Às vezes, somos tão inertes: gostaríamos de orar mais, ter mais intimidade com nossos pais, irmãos, cônjuge, sair mais com nossos filhos, amigos, ajudar os outros, ouvi-los, ler mais livros, arrumar um emprego melhor, comer melhor, divertir-se, sorrir muito, rir de si mesmo, fazer mais atividades físicas – mas nada fazemos a este respeito. Seguimos em frente, deixando as coisas como estão, ao invés de trabalhar pelo que elas precisam ter ou ser. Continuamos inclinados, tortos e vamos ficando, cada vez mais, inclinados e despreocupados conosco e com os que nos cercam.

E aí, eu lhes pergunto: qual a área da sua vida em que você gostaria de ir além da mediocridade? Se continuar a fazer o que sempre fez, a tendência é conseguir o que sempre conseguiu. Mude. Vá em frente – lute para “aprumar-se” ou “aprumar” o seu relacionamento conjugal, familiar e com Deus. Pense no que está te inclinando (isto é importante!). Deixando você des­motivado, triste, taciturno, egoísta, sei lá! Deixando você assim “borocoxô” (como dizia minha Peixinha Dory). Quais passos você pode dar nessa direção? Primeiro, estabeleça suas metas. Escreva-as. Desacomode-se. Agora inicie – e siga firme!

Estar sempre inclinado ou inclinando deve incomodar muito e não transmite confiança nem para você nem para que os outros fiquem por perto. Afinal, você pode ser um perigo! Até a Torre de Pisa deixou de inclinar-se, quiçá, eu e você, não é verdade?

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