O impacto do descarte inadequado de EPI’S
Por Clara Maria Cavalcante, acadêmica do curso de Farmácia e membro do grupo EAJS
A COVID-19 é considerada uma doença de infecção respiratória aguda causada pelo vírus SARS-CoV-2. Sua transmissão ocorre através de gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, objetos e superfícies contaminadas, além do contato com indivíduos infectados.
Por ser um vírus de transmissão respiratória, a procura por EPI’s (máscaras, luvas e toucas), como uma medida eficiente de precaução padrão, aliado a utilização de antissépticos, para se evitar a infecção pelas gotículas, cresceu de maneira acentuada nesse contexto pandêmico.
Ao passo que o descarte inadequado desses resíduos também ocasionou concomitantemente sérios danos prejudiciais ao meio ambiente.
Já é uma realidade que o descarte e a destinação inadequada dos EPI’s são tidos como potenciais precursores para o agravamento de problemas ambientais, merecendo destaque e reconhecimento pelo o público em geral, para que se consiga desenvolver ações imediatas, que visem ter como objetivo principal, evitar a ocorrência de impactos negativos, tanto no meio social como ambiental.
Considerando os principais dilemas oriundos do descarte inadequado dos EPI’s, temos: a poluição do meio ambiente, a eminente diminuição da diversidade de espécies marinhas ou até mesmo o risco de contaminação por patógenos infeciosos presentes nestes resíduos. Pontuando cada tópico, vemos:
Poluição das águas: as máscaras e luvas, podem acabar se destinado a poluir corpos d’água como rios, mares e oceanos, aumentando gravemente o problema ambiental do plástico nas águas. Isso acontece em decorrência desses EPI’s serem descartados em locais inadequados e devido a ação do vento, águas pluviais, sistemas de drenagem e esgoto, acabam por poluir esses ecossistemas aquáticos.
As luvas descartáveis são uma enorme preocupação, devido que durante o seu processo de degradação, esses resíduos acabam se convertendo em partículas sólidas cada vez menores e se transformando em microplástico nos mares e oceanos, consequentemente, acabam sendo ingeridos pelos animais marinhos, e indo parar posteriormente em alimentos e bebidas consumidos pelo ser humano.
Impermeabilização urbana: Sim, os EPI’s podem a vir somar com o agravamento de enchentes devido seu acúmulo e entupimento nos bueiros, impedindo dessa forma a permeabilização adequada das águas pluviais.
Risco de contaminação: Um estudo recente, publicado no New England Journal of Medicine, descobriu que o vírus SarsCoV-2 consegue sobreviver por até 72 horas em algumas superfícies como plástico e aço inoxidável. Tempo curto, mas suficiente para colocar em risco a segurança da população, principalmente, funcionários que trabalham no setor de limpeza das cidades.
Como realizar o descarte adequado dos EPI’s? A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) informa que existe uma maneira correta para descartar os EPI’s usados. Sendo discorrido o procedimento da seguinte forma:
Passo 1: Pegue um saco sem furos e que seja de fácil identificação de que ali contém resíduo contaminante.
Passo 2: No caso das máscaras, pegue SEMPRE pelas alças e coloque dentro deste saco, tendo o cuidado de o fechar bem, e descartando como rejeito.
Passo 3: Atenção para NÃO COLOQUE o rejeito em LIXO RECICLADO.
Passo 4: Por fim, lave as mãos após a atividade.
Uma das formas mais significativas de se estar ajudando o meio ambiente e minimizando o consumo e descarte dos resíduos descartáveis, é realizar a utilização de máscaras de tecido, que são laváveis e reutilizáveis. Além de que você vai estar podendo ajudar na renda de uma pessoa que encontrou a produção de máscaras como forma de sustento.
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